quinta-feira, 5 de março de 2009
Fragmentos do Poema Sujo
Ah, minha cidade verde
constantemente batida de muitos ventos
rumorejando teus dias por cima dos mirantes
minha cidade sonora
desabam as águas servidas
me arrastam por teus esgotos
de paletó e gravata…
Desce profundo o relâmpago
de tuas águas em meu corpo,
desce tão fundo e tão amplo
e eu me pareço tão pouco
pra tantas mortes e vidas…
Para onde foram essas águas
de tantos banhos de tarde?
Rolamos com aquelas tardes
no ralo do esgoto…
Ferreira Gullar
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