quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Teatro Nacional de São Carlos


Foi uma visita de estudo muito interessante, pois além de ouvirmos um pouco da história do teatro também visitámos os locais que normalmente os espectadores não vêem, como por exemplo, os bastidores, o palco, o sótão, a zona de construção/arrumação dos cenários, os camarins e o fosso da orquestra.

Breve história do Teatro Nacional de São Carlos:
O teatro foi construído em apenas seis meses após desenho do arquitecto José da Costa e Silva, com elementos neoclássicos e rococó. O projeto geral é claramente inspirado pelos grandes teatros como o italiano San Carlo de Nápoles (interior) e La Scala de Milão (fachada e interior).
A construção do teatro, decidida em 1792, num contexto político de hostil posição às ideias iluministas, só se tornou possível justificando-se como fonte de receita para uma obra de caridade - a Casa Pia, fundada em 1780 pelo intendente Pina Manique. Foi, aliás, este, então intendente da Polícia e antigo homem de confiança do primeiro-ministro Sebastião de Carvalho e Melo, quem conseguiu obter da Coroa a permissão. Por detrás da justificação oficial, estavam, porém, os interesses de abertura e modernização da sociedade portuguesa de um grupo de grandes negociantes de Lisboa, entre outros, os contratadores do tabaco, que haviam prosperado na época pombalina. Um deles, Quintela, feito barão em 1805 (mais tarde Conde de Farrobo, e Director do próprio Real Teatro de São Carlos entre 1838 e 1840), que cedeu os terrenos para o edifício em troca da propriedade de um camarote de primeira ordem, com anexos e acesso privado à rua, fronteiro ao camarote lateral, de proscénio, da família real.
Quarenta grandes de negociantes de Lisboa, entre os quais a família Quintela, já tinham assumido um papel decisivo na área teatral, na época de D. José, com a criação de uma Sociedade para a Sustentação de Teatros Públicos, autorizada por alvará real de 1771, e de onde resultou o funcionamento de dois teatros públicos, com acesso mediante entradas pagas: o Teatro da Rua dos Condes, dedicado à ópera italiana, onde se celebrizou a Zamperini, e o Teatro do Salitre, para drama e comédia em língua portuguesa.
Em 1755, de acordo com o espírito iluminista ou de "despotismo esclarecido" da época, a própria Coroa fez inaugurar a faustosa "Ópera do Tejo", um teatro de corte, anexo ao antigo Paço da Ribeira, onde só se era admitido por convite. O Teatro de Ópera, que esteve em actividade apenas alguns meses, foi destruído pelo terramoto de 1 de Novembro de 1755. Com a inauguração do Real Teatro de S. Carlos, deixou de ser representada ópera italiana no Teatro da Rua dos Condes.
O teatro foi baptizado com o nome da princesa D. Carlota Joaquina de Bourbon (Infanta de Espanha), que veio a Portugal em 1790 para casar com o futuro rei, o príncipe João Carlos.
A inscrição latina da placa comemorativa dedica o teatro à princesa.
Publicado por: Lúcio Alves

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