A esposa e os filhos do Lúcio Alves junto de adereços, frente à mesa do "Pingas".
O busto de Garrett, que se encontra na entrada do Teatro.
O Ponto foi a primeira personagem a surgir. Depois de nos ter apresentado o Pingas, "claqueur habitué" que nutre profunda simpatia pela "Ginginha" ali tão perto, foi-nos guiando através de corredores e escadarias até ao Salão Nobre onde estava exposta uma encantadora colecção de teatros de papel, com minúsculas personagens manobradas através de ferros pequeninos. Surge Garrett, que conta sumariamente a história do Teatro e se dirige depois para a Livraria, um pouco irritado com o Ponto que, sempre solícito, lhe vai lembrando "deixas" que na realidade não esquecera.
Passam actrizes elegantes que vão conversando sobre os seus admiradores e surge o Pãozinho, personagem melodramaticamente romântica, o apaixonado de profissão!
De ramo de flores em riste, geme ansioso e é ajudado pelo Ponto na busca de palavras que possam conquistar as várias artistas a quem faz a corte.
No entanto, olhando melhor para o nosso grupo, oferece o seu cartão à professora Margarida Martins e à Celey...
O cartão do Pãozinho...
Na sala estúdio tivemos oportunidade de ouvir um excerto de uma gravação da última peça que Palmira Bastos representou ao lado dos actores Luís Filipe, Varela Silva e Lurdes Norberto. Chamava-se "As Árvores Morrem de Pé", escrita pelo dramaturgo Alejandro Casona e recordo-me de a ter visto com os meus avós. Foi um momento de grande emoção para mim.
Depois convida-nos a provar as deliciosas iguarias de um sumptuoso banquete com bolos, bacalhau e empadas de...plástico, rodeados pelo guarda roupa do Teatro. Sempre guiados pelo simpático Ponto e interrompidos de vez em quando pelas cenas de paixão e ciúme que o Pãozinho vai desencadeando, vamos ao encontro de Dona Amélia Rey Colaço que com o seu marido Robles Monteiro fundou e dirigiu, durante muitos anos, uma das melhores companhias de Teatro do nosso País. Lamentavelmente viu arder o Dona Maria II em 1964, quando se ia levar a cena a tragédia escocesa de Shakespeare que os actores, na sua maioria muito supersticiosos, nunca nomeiam directamente por receio de desgraça.
O Pãozinho pede ao Ponto que vá entregar um ramo de flores à célebre Rosa, actriz que o fascina mas que tem um namorado apreciador de boxe. A partir daí é o charmoso cavalheiro quem nos mostra a teia e um camarim modelo, enquanto faz sinais amistosos às jovens do grupo...
O pobre Ponto regressa do recado a que se prestou "feito num oito", com os óculos à banda, aos tropeções...Mas as coisas também não correm muito bem para o nosso conquistador, já que é trancado no camarim pela Delfina, a actriz ciumenta que ele costuma cortejar quando Rosa está ocupada...Correrias, gritos e cenas de uma mulher "dilacerada" por entre os risos do nosso divertidíssimo grupo, como se pode calcular.
Finalmente Delfina devolve a liberdade ao Pãozinho que, muito ofendido, considera que não tinham sido cenas próprias de um corredor do Teatro Dona Maria!...
Pisámos então o palco! E ali nos alinhámos frente à cortina de ferro: depois de dizermos ao contra-regra a frase "Quando quiser", o pano subiu e recebemos os aplausos dos actores participantes que entretanto se tinham juntado na plateia. Os papéis estavam invertidos e eram eles a bater-nos palmas!
Foi uma tarde deliciosa, em que vimos o interior de um Teatro com Teatro: uma experiência inesquecível, digna da principal Casa da Arte Declamada do nosso País.
Aqui deixamos os Parabéns e agradecimentos mais sinceros a todos os actores, técnicos e demais funcionários do Dona Maria que nos encantaram com "A Visita"! E um beijinho muito especial à Sra Dª Deolinda Mendes, que não se poupou a esforços para nos proporcionar este magnífico espectáculo!
Aqui ficam fotos do nosso alegre grupo (alguns já tinham participado nas visitas ao Teatro Nacional de São Carlos e gostaram imenso de se reencontrar!)
O grupo após "A Visita".
O João foi uma das estrelas da "Visita" e também transportou um adereço.
Parabéns para ele!
Um abraço muito especial aos alunos desta turma que participaram em mais este momento cultural:
LÚCIO ALVES, PAULO CUNHA E HÉLIO PEGADO!
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